Da amiga crítica
Cristina Palmeirão [1]
São já treze anos que nos ligam ao
Agrupamento de Escolas do Sudeste de Baião, um tempo que acompanha a liderança
da Professora Manuela Miranda e de todos os professores que estão e passam
neste agrupamento, trabalhando e cuidando dos seus alunos de modo a desenvolver
em cada um deles as aprendizagens que os capacitem para bem-viver. Anos de
muito trabalho e um longo e moroso processo de pequenas conquistas que, ano a
ano, revelam trajetórias positivas e melhorias sucessivas e muito importantes
nas suas vidas futuras, como têm testemunhados muitos dos seus ex-alunos.
Desde a sua integração, em 2009, no Programa
Territórios de Educação Prioritária (TEIP), os indicadores e as taxas relativas
ao sucesso educativo são paulatinamente melhores, circunstância que se deve a
um trabalho colaborativo de grande proximidade e de preocupação constante entre
todos e sobretudo a um processo de ação-reflexão-ação dinâmica e interativa entre
Direção, Conselho Pedagógico, Coordenadores de Departamento e/ou Grupo de
Docência e entre Equipas - TEIP, Auto-Avaliação, Multidisciplinares e com os
Parceiros, em articulação com o Consultor Científico[2].
Aprendizagem, conhecimento e
bem-estar são as hélices que geram a energia necessária à vida desta comunidade
educativa e que eu tenho o orgulho e privilégio de integrar e acompanhar. O sentido
é ativar a participação, o debate e a reflexão-ação com os vários elementos da
comunidade educativa – professores, alunos, encarregados de educação, em
diferentes momentos e, sempre que possível, com eles, encontrar alternativas de
diferente natureza – organizacional, curricular e pedagógica, formativa, sustentada
e orientada pela literatura nacional e internacional e/ou por práticas educativas
de sucesso, a fim de (des)envolver saberes
e competências diversos (e.g. leitoras, científicas, colaborativas), implicando
o exercício de várias metodologias e/ou atividades (e.g. Projetos
Interdisciplinares, Tertúlias Literárias
Dialógicas, Práticas Laboratoriais e Experimentais, Tutorias, Tertúlias com a
Comunidade, Equipas Pedagógicas). Numa estratégia global e num processo de
monitorização contínuo e dialógico a análise de cada uma das ações do projeto
educativo e do plano plurianual de melhoria fazem-se de forma partilhada e
construtiva.
Olhando um pouco para trás, recordo o
Seminário das Escolas TEIP - “O imperativo das aprendizagens: visões partilhadas”,
realizado o ano passado (2022), a vinte e três de novembro, quando a Professora
Bibiana Monteiro, Coordenadora TEIP, na sua comunicação “Para que todos
aprendam”, assinalou o esforço de todos e a evolução paulatina do agrupamento,
evidenciando dados positivos – académicos, sociais e da relação com a comunidade,
ao mesmo tempo que foi enfatizando a diminuição metódica das taxas de retenção,
de abandono, de absentismo e das situações de indisciplina, fatores muito
importantes que fundamentam e demonstram o trabalho que se vem desenvolvendo ao
longo do tempo e que asseguram e garantem a melhoria do agrupamento e das
pessoas que lá estudam e se vão formando em cada ciclo de estudos.
É pelo diálogo, pela partilha e pelo
maior envolvimento dos alunos nos processos de aprendizagem, que se deseja cada
vez mais cooperativa, em contacto com a natureza e seguindo uma metodologia de
ensino e de aprendizagem onde todos participam que se criam experiências de
diferenciação pedagógica, novos projetos e práticas inovadoras de aprendizagem,
quer em sala de aula, quer fora delas (e.g. Semear Ciência; LEVA – Leitura e
escrita com valor(es); Na rota do Românico; A minha escola não tem paredes;
Aulas para lá do Marão).
Em suma, os desafios têm sido diversos,
naquele que é considerado o primeiro município certificado como “Destino
Turístico Sustentável”, onde impera a qualidade ambiental e os recursos
naturais, eclodem progressivamente ambientes de aprendizagem positivos de
iguais características, fruto da ação e do esforço de todos, seguindo um
Projeto Educativo cuja missão passa por “prestar à comunidade um serviço
educativo de qualidade, com base num ambiente dialógico, participativo,
flexível e integrador” (PE, 2020-2023, p. 4)”.
No nosso horizonte permanece o desejo
de continuarmos, em conjunto, a fazer caminho, num passo firme e crescente, estimulando,
promovendo e aprofundando saberes e práticas pedagógicas flexíveis que selem
compromissos, uns com os outros, de forma a criar ambientes de aprendizagem,
convivência e de participação cooperativos e colaborativos.
[1]
Universidade Católica Portuguesa, Faculdade de Educação e Psicologia, Centro de
Investigação em Desenvolvimento Humano, Porto, Portugal. ORCID 0000-0002-1949-8641,
cpalmeirao@ucp.pt
[2] Ou Perito Externo como designa a Direção-Geral da Educação. Protocolo assinado com o Serviço de Apoio à Melhoria da Educação (SAME) da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa, Porto.